[Aventura] Jornada à Ilha Submersa

Era cedo no santuário de Atena e enquanto a maioria das pessoas descansava um jovem já estava de pé realizando seus treinamentos. Mageta notou ao longe a presença da pessoa que se aproximava e ficou calado enquanto ouvia o que o homem tinha a lhe dizer. Observou a aparência do desconhecido e assim que este segundo terminou de falar o garoto arremessou-lhe o seu cantil com água, o homem parecia exaurido e precisava daquilo mais do que ele. Antes de partir, entretanto, ele lançou um olhar selvagem para o mensageiro e disse:

- A maneira certa de se dirigir a ela é Grande Mestre Laila. Olhava para ver se o mensageiro reconhecia o próprio engano, mas logo dava de ombros. - Honestamente eu não me importo, mas outras pessoas aqui no Santuário poderiam tomar a sua forma de falar como uma ofensa.

Sem levar muita coisa consigo além de uma manta velha e surrada a enorme figura coberta partiu rumo ao seu destino. Chegando lá ele não pode deixar de notar a grandiosidade do local, principalmente todos os adornos dedicados a Atena. Todo aquele luxo parecia-lhe excessivo e um tanto fútil, mas as pessoas demonstravam a devoção das mais variadas formas, apenas não era a forma que Mageta escolheria se fosse lhe pedido para demonstrar a sua própria devoção.

Os dois cavaleiros de bronze, um garoto e uma garota, e o cavaleiro de prata que compunham o grupo de Mageta tinham seus próprios sonhos e aspirações, Mageta não era muito diferente, ele tinha a sua própria jornada pessoal, talvez não tão nobre ou brilhante como as dos demais, mas era seu próprio caminho a trilhar. O caminho da Força e do Guerreiro.

Mageta prestou atenção quando a mensageira de Atena se dirigiu a todos os presentes falando-lhes da jornada a frente. Nem as más e nem as boas notícias diziam muita coisa para o jovem aspirante a protetor de Atena, que por acaso não deixou de notar que era o único em tal condição (os demais já eram cavaleiros). Para ele, independente do que havia a seguir ele tinha uma missão a cumprir, os perigos e as recompensas não lhe diziam muito, ele sabia que a única coisa que tinha que fazer era lidar com o que é que surgisse a sua frente, um problema de cada vez.

Depois de assegurar as provisões e por algumas na mochila ele preparava-se para partir junto de seus companheiros em busca da armadura perdida de Taça. Ele desconfiou que alguns dos seus companheiros aproveitaram-se para colocar provisões extras em sua mochila, como se devido a sua estatura (e talvez status inferior na hierarquia) ele fosse alguma espécie de burro de carga, mas aquilo estava longe de ser a pior forma como ele havia sido tratado na vida e por isso não se manifestou.

"Bem, pelo menos assim eu sei que posso ficar mais sossegado, se um deles estivesse carregando isso eu precisaria contar que essa pessoa não fosse um inútil e perdesse as provisões."

Um tempo depois de zarparem rumo à ilha do Japão os avisos de Laila provaram-se verdadeiros quando uma tempestade súbita agia contra a embarcação de Mageta e seus companheiros. O forte chacoalhar do navio ameaçava lançar os menos preparados para serem engolidos pelo mar, mas Mageta não era um destes.

Devido aos seus anos de arena e seu treinamento no santuário o jovem sabia que equilíbrio era mais do que uma questão de balanço, ele sabia que a principal coisa que afetava o equilíbrio era a força, e esta sempre foi sua companheira. Ele fincou seus pés firmes no chão e usou seus poderosos braços para segurar-se em algo firme e assim evitar ser atirado no mar. Mas ele também tratou de não pensar só em si, caso alguém fosse jogado ao mar e estivesse ao alcance de um de seus braços Mageta agarraria essa pessoa e puxaria para perto de si, afim de salvá-la, eles estavam juntos nessa e ele não deixaria que ninguém saísse da jornada tão cedo.

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