Não tinha tempo a perder, graças à alguns anos vivendo no submundo humano, tinha acumulado um bom valor monetário que me ajudaria com facilidade à transitar pelo mundo em busca de mais informações sobre Hanami. Portanto, já dentro de um táxi me dirigia até o aeroporto mais próximo onde comprava uma passagem apenas de ida para Tokyo. Faziam alguns anos desde que havia estado lá, mas não era o suficiente para que eu esquecesse por completo as ruas que havia perambulado anos atrás.
Dentro do avião apenas descansava, estava me sentindo tão liberto quanto o primeiro dia que deixava o orfanato e agora com uma motivação para seguir em minha vida, tudo parecia ainda mais leve, encontrar Hanami era quase um simbolo da razão de seguir Hades, aquele que tinha o poder de punir a todos, certamente era onde a justiça se fazia mais forte.
O vôo fora tranquilo e sem problemas, desembarcava e logo seguia meu caminho em direção à uma loja onde pudesse alugar uma moto para me movimentar mais rápido, já tinha um destino em minha mente e não me distraia disso.
Pilotava por Tokyo cortando os carros, mas ainda seguindo às leis dos homens, eu nunca havia sido uma criatura caótica e desordeira, e tudo que havia aprendido tinha sido graças à meu próprio esforço e anos de peregrinação. Feito uma linha tecelã tracejava pelas laterais dos carros e pelas ruas iluminadas e muito vivas desta cidade em rumo à um lugar mais afastado, uma província, até um local que havia me acolhido por muitos meses após minha fuga, um lugar cujo eu respeitava e carregava em meu peito como uma verdadeira benção do mundo humano.
Um jinja, Templo Xintoísta, um verdadeiro santuário, com a filosofia de comunhão com a natureza eles poderiam me ajudar de alguma forma, ao menos era isso que eu acreditava, tinha ido embora dali como uma criança ainda confusa e agora voltava como um verdadeiro agente da ordem, caçando uma criatura que blasfemava contra a natureza, não poderia permitir que Hanami continuasse aqui.
Desci da moto alugada, tirei um maço e fumei um cigarro enquanto encarava o templo me lembrando do tempo que havia ficado ali, por fim caminhei em calma para a entrada. Quando estava ali ainda usava de um nome que havia abandonado para seguir um novo caminho e sabia que precisaria dizê-lo mais uma vez, após todos esses anos.
Busquei a atenção do primeiro monge que visse e fiz o pedido logo após reverenciá-lo.
- Gostaria de falar com o Mestre Inari, diga que é Katsuro Irigawa. HP: 260/420 ll C: 425/600 ll ST: 3/4 ll CC: 0/3